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Red: Crescer É Uma Fera | Uma jornada de descobrimento

A estreia de Domee Shi como diretora não tinha como ser melhor. Em “Red: Crescer É Uma Fera”, a cineasta cria uma história ousada e explora a complexa relação entre mãe e filha ao mesmo tempo em que desenvolve as inseguranças do crescimento na adolescência.

Logo no começa fica evidente como a animação é diferente do caminho seguido pela Pixar até então. Quebrando a quarta parede, o filme segue Mei, uma garota de 13 anos confiante e que precisa se dividir entre ser a melhor amiga na escola e ser a filha obediente de uma mãe super protetora que sempre está por perto. Se não bastasse todos os problemas usuais que acompanham o crescimento na adolescência, sempre que Mei fica muito emotiva, ela se transforma em um panda vermelho gigante.

A transformação em panda não é somente para mostrar o lado fofo, mas sim expor como a protagonista se torna desastrada, insegura e esquisita. Traduzindo, é uma clara demonstração dos sentimentos dos pré-adolescentes. Isso se intensifica ainda mais nas constantes discussões que Mei tem com a sua mãe. Há o medo de decepciona-la ao mesmo tempo em que há o desejo de ser livre e seguir seu próprio caminho.

O estilo da animação é fortemente influenciado pelos desenhos animados e animes do final dos anos 90 e início dos anos 2000. Os movimentos e expressões exagerados dos personagens vão na direção oposta do que os filmes recentes da Pixar realizaram. O objetivo não é criar um retrato realista das pessoas e dos lugares por meio da animação (apesar da textura impecável). Na real, há uma direção criativa ousada que abraça um estilo e permite que a manifestação do panda vermelho se destaque ainda mais.

“Red: Crescer É Uma Fera” é uma história profundamente íntima e repleta de criatividade, nostalgia e alegria. É uma das animações mais ambiciosas do estúdio, com uma história perfeitamente equilibrada e que se baseia na mitologia cultural, experiências pessoais e cultura pop. A narrativa é desenvolvida em um ritmo certeiro, fazendo com que os espectadores tenham momentos profundos e impactantes sem que sejam prejudicados pelo humor e leveza do filme. É uma jornada de descobrimento não só para a Mei, mas para quem assiste também.


Nota: 9/10

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