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Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore | Mais uma tentativa do renascimento do mundo bruxo nos cinemas

Após quase 4 anos, finalmente os fãs do mundo bruxo podem ver a terceira parte da nova saga do Wizarding World em “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”. O filme, que foca no arco que irá desencadear os eventos da Primeira Guerra Bruxa, apresenta muito mais do passado do jovem Alvo Dumbledore e sua relação com Grindelwald, ao invés da busca das criaturas mágicas.

Na trama, o professor Dumbledore (Jude Law) sabe que o poderoso mago das trevas Grindelwald (Mads Mikkelsen) está se movimentando para assumir o controle do mundo mágico. Incapaz de detê-lo sozinho, ele pede ao magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne), que lidera uma equipe em uma missão perigosa, em que entre em conflito com a crescente legião de seguidores de Grindelwald. O grande acerto aqui é a mudança de foco e protagonismo trazem um arco muito mais interessante.

Essas mudanças podem ser vistas e sentidas desde os primeiros minutos do longa, que inclusive além de trabalhar melhor as relações de Dumbledore e Grindelwald, dá melhor propósito à presença do Scamander no longa. É possível notar inclusive, uma mudança de tom, comparado com o anterior, onde a trama tem um ritmo melhor que sabe intercalar entre as cenas de ação e a narrativa dos personagens. Há um clima também mais “mágico”, que remete aos longas da franquia “Harry Potter”, isso tudo se deve principalmente à adição de Steve Kloves no trabalho de escrita do roteiro. Ele conseguiu polir o texto de J.K. Rowling, deixando muito mais cinematográfico e conciso, finalizando muitos arcos que pareciam ter abandonados ao longo dessa nova franquia.

Essa mudança de tom e o maior tempo de produção, não trouxe apenas benefícios para melhor organização do texto do longa. É possível notar melhorias na direção também. David Yates, diretor dos filmes do mundo bruxo desde “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, faz nesse longa um dos seus melhores trabalhos desde “As Relíquias da Morte – Parte 2”. Aqui o diretor explora novos ângulos de câmera e novas formas de filmar as cenas com os animais e as batalhas. Nada muito revolucionário, mas nota-se um maior esforço na produção, apesar de nem sempre funcionar tão bem.

Ainda sobre as partes técnicas, os figurinos e o design de produção continuam impecáveis. As ambientações são bem críveis e tudo é muito bem caprichado e elaborado, marcas da franquia como um todo. Bem como a trilha sonora, James Newton Howard é um dos grandes nomes atualmente e sabe muito bem mesclar momentos de emoção, aventura e nostalgia ao longo do filme, pontuando muito bem esses momentos em suas canções.

Por fim, as atuações do elenco de apoio estão ótimas, o próprio Redmayne é a personificação do Newt, e sua doçura e emoção no olhar nos faz amar e querer conhecer mais as criaturas mágicas. Porém, quem rouba a cena aqui é mesmo o Law. Seu Dumbledore é a perfeita combinação entre o Richard Harris (intérprete do personagem em “Harry Potter e a Pedra Filosofal” e “A Câmara Secreta”) e Michael Gambom, mas ao mesmo tempo criando algo único de seu personagem. Vale falar que o Grindelwald do Mikkelsen parece ser muito mais com o que Rowling pensou sobre o personagem, que seu intérprete anterior, pois ele consegue ter o equilíbrio perfeito entre o tom ameaçador e sedutor, análogo aos diversos ditadores do mundo real.

Ao final temos o longa mais bem resolvido dessa franquia, que apesar de não ser ótimo, tem muitos mais acertos que erros e que mexe sem dúvidas com a emoção dos fãs do mundo bruxo, principalmente com muitas referências que não são apenas gratuitas. O filme encerra vários arcos e tem até um clima de “final de novela”, mas que funciona bem e abre portas para algo muito mais mágico para a franquia do mundo bruxo e para os fãs.

Nota: 7/10

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