Começou as Olimpíadas de Londres 2012.

      A cada quatro anos, esperamos ansiosamente pelas Olimpíadas. Londres está recebendo pela terceira vez este grande evento. E uma das partes mais emocionantes desse gigantesco evento é a cerimônia de abertura.
Fogos da cerimônia, Londres (Foto: Agência Reuters)      Londres ficou com uma difícil missão de superar a abertura da Olimpíada de 2008, em Pequim. Mas posso dizer tranquilamente: Missão cumprida. 
      Do drama ao humor, do rock ao pop. No estádio Olímpico, Londres deu as boas vindas ao mundo.
      Danny Boyle foi o produtor da festa. E está foi divida em várias etapas. Começou com uma Inglaterra rural, com animais e camponeses e passou para a revolução industrial inglesa, onde com várias chaminés surgiram formando uma fabrica. Essa fabrica criou vários aros que se uniram e no topo do estádio formaram o símbolo olímpico. 
      Depois, corais infantis homenagearam os países da Grã-Bretanha, cada qual em algum ponto de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Foram lembrados esportes expressivos de cada uma das nações. Em seguida, o ator Kenneth Branagh foi a palco para representar Shakespeare. "Não tenham medo; é uma ilha cheia de sons", declamou ele, fazendo referência à obra "A Tempestade", tema da abertura.
      Foi então que começou um desfile cultural. J.K. Rowling leu alguns trechos de Peter Pan, enquanto crianças fugiam de monstros, como Capitão Gancho E Voldemort. Daniel Craig reencarnou James Bond para, em um vídeo, buscar a Rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham. Foi simulada a ida deles de helicóptero até o estádio - e o melhor: um salto de paraquedas na direção da festa. Em seguida, a Rainha (a verdadeira, não a atriz) apareceu e foi aplaudida pelo público.
      A trilha sonora do filme "Carruagens de Fogo", de 1981, de enredo olímpico, parecia direcionada a ser um momento emotivo. Não era. Do nada, surgiu Mr. Bean, o sujeito atrapalhado que o ator Rowan Atkinson tornou famoso mundo afora. Ele tocou piano, sempre na mesma nota, acompanhando a música, com cara de tédio. Pegou o celular para fazer fotos. E adormeceu. Acabou sonhando que estava em uma corrida. E que conseguia vencê-la - trapaceando, claro.
      Uma forte sequência musical agitou o estádio. O pop e o rock britânicos foram lembrados com alguns de seus principais clássicos: "My Generation", do The Who, "Bohemian Rapsody", do Queen, e "Starman", de David Bowie, serviram como parte da trilha sonora. A mudança de   ritmos ao longo dos anos foi mostrada na apresentação, que também lembrou a revolução tecnológica que acompanhou as transformações culturais, com a internet alavancando a era da conectividade.
      Depois começou o desfile. A  primeira delegação a passar diante do público foi a Grécia. É uma tradição dos Jogos, já que o país é o berço da disputa. Depois, foi respeitada a ordem alfabética. O Brasil foi o 28º a entrar. E foi muito aplaudido. Mas a maior emoção foi com a passagem dos atletas britânicos. Ao som de "Heroes", de David Bowie, eles foram ovacionados por 80 mil pessoas, enquanto eram cobertos por 7 bilhões de pedaços de papel picado.
      Ocorreu então o hasteamento da bandeira olímpica (carregada por Marina Silva, ao lado de outras sete personalidades políticas, e levada às mãos de Muhammad Ali) e o acendimento da tocha. Ela chegou de lancha, com David Beckham, e depois foi carregada por outros atletas até as mãos de sete promessas do esporte britânico. Foram eles que acenderam uma estrutura, como se fosse uma flor com pétalas em chamas, que depois se ergueu no centro do gramado. Foi uma das piras mais diferentes e também uma das mais emocionantes.

Pira Olímpica abertura olimpíadas londres 2012 (Foto: Reuters)      Por fim, veio a vez de Paul. Ele começou a apresentação com "The End". Depois, cantou "Hey Jude", quando o relógio já marcava quase quatro horas de festa. O estádio se emocionou. E os atletas dançaram, cantaram, brincaram, cobertos pela luz saída da tocha. Se houve um momento para cair a ficha de que eles estão nas Olimpíadas de Londres, foi aquele.
      Depois de tudo, todos já comemoravam: as Olimpíadas de Londres 2012 haviam começados.

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