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Corinthians empata com o Boca e Romarinho brilha.

      Ele não é filho de Romário, como achou parte da imprensa argentina, mas tem a estrela, a frieza e o oportunismo do tetracampeão. Romarinho pode até mesmo não comemorar o título da Taça Libertadores com o Corinthians, mas nos próximos sete dias, certamente, seu nome estará nas orações e nos agradecimentos de cada um dos mais de 30 milhões de alvinegros espalhados pelo Brasil e no mundo. Foi do garoto de 21 anos, aos 40 minutos do segundo tempo, o gol do empate por 1 a 1 com o Boca Juniors, na lotada La Bombonera, em Buenos Aires, no primeiro jogo da final da competição sul-americana.
      A partida de volta está marcada para a próxima quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no estádio do Pacaembu. Como não há na final o critério do gol como visitante, um novo empate leva a decisão para prorrogação. Se a igualdade persistir, a decisão vai para a disputa por pênaltis.

 

     O toque na bola de Romarinho, passando por cima do goleiro Orión, evitou um tropeço que poderia abalar o Corinthians. Seguro no primeiro tempo, mas dominado na etapa final, o Timão viu o Boca Juniors abrir o marcador depois de muito pressionar, aos 28 minutos. Chicão ainda tentou um “Maradona às avessas” ao tirar com a mão a cabeçada de Santiago Silva, mas Roncaglia marcou no rebote do "zagueiro-goleiro" - que poderia ter sido expulso.
      A equipe xeneize, empurrada por 50 mil bocas, entre elas a de Maradona, teve ótimas chances de ampliar o marcador. Parou na trave, na defesa e em Romarinho. Aos 21 anos, o garoto, contratado ao Bragantino, brilhou como gente grande.
      Impaciente, o Boca Juniors apostou na catimba, mas quando acertou o toque de bola mostrou que não tem nada de “meia-boca”, para felicidade de Maradona, ídolo do clube e que estava em seu camarote na Bombonera. Aos 34 minutos, Mouche deu ótimo cruzamento para Santiago Silva pegar de primeira, de voleio. Não fosse o corte providencial de Alessandro, mesmo que sem querer, seria gol.
      E o primeiro tempo da grande final foi assim. Um Corinthians maduro, segurando um Boca Juniors impaciente, ora no “toca y me voy”, ora na catimba. A nota triste, para os corintianos, ficou por conta da saída precoce de Jorge Henrique, aos 38 minutos, para a entrada de Liedson. O atacante sentiu dores na coxa direita.
      - Esperei tanto por esse momento... Mas vou ficar torcendo para que tudo dê certo. Vou tratar e ver se consigo jogar lá em São Paulo – avisou Jorge Henrique.
      Se na etapa inicial o Boca Juniors, em alguns momentos, cadenciou a partida e esperou por uma falha do adversário ou uma desatenção, logo nos primeiros minutos do segundo tempo a postura foi outra. Ofensivo, o time xeneize partiu para cima e encurralou o Corinthians no campo de defesa.
      A maturidade e paciência do Timão do primeiro tempo pareciam ter ficado no vestiário. Pouco combativo e dando espaço para o bom toque de bola do meio-campo argentino, o time do técnico Tite não conseguia se achar. Enquanto isso, o Boca, experiente, foi ganhando espaço no campo de ataque.
      O Corinthians, porém, não chegou à decisão da Libertadores por acaso. Experiente, o Timão era perigos no contra-ataque. E também contava com uma muralha no gol: Cássio. Aos 15 minutos, o camisa 24 do time alvinegro segurou chute de Mouche, de dentro da área, e fez milhões de corintianos suspirarem de alívio.
      Mas o Boca Juniors cresceu muito na partida. Empurrado por sua incansável torcida, os xeneizes insistiram, não deram sossego ao Corinthians. E foram recompensados aos 28 minutos. Mouche cobrou escanteio. Após desvio, Santiago Silva cabeceou, Chicão tirou com a mão e a bola bateu na trave. Na sobra, Roncaglia marcou. Pela mão na bola, o zagueiro corintiano levou só cartão amarelo.
      Se já estava recuado, sem muita força ofensiva antes do gol do Boca, depois o Timão foi ainda mais pressionado. O time de Buenos Aires viu que os brasileiros sentiram o gol sofrido e tentou se aproximar para aumentar a vantagem.
      Mas os argentinos não contavam com uma pequena alteração do Corinthians. Pequena mesmo. Romarinho entrou no lugar de Danilo para brilhar. Credenciado pelos dois gols na vitória sobre o Palmeiras, pelo Brasileirão, o atacante “vetou” Willian do banco e fez o gol de empate aos 40 minutos.
      O passe preciso de Emerson Sheik deixou Romarinho em posição privilegiada. Com frieza de jogador experiente, o garoto deu um toquinho, por cobertura, na saída de Orión: 1 a 1. Na comemoração, ele parecia não saber a grandeza do seu chute, a emoção que causou e o alívio que deu a milhões de corintianos.
      Mas a Fiel agradece.
 
    

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