O Livro de Boba Fett (1ª Temporada) | Qual o limite para o fan service?

A mais recente série do universo de “Star Wars” para o Disney Plus, “O Livro de Boba Fett” é um erro de sua própria criação. Com a falta de uma história empolgante ou de um protagonista carismático, a trama precisou se agarrar ao fan service e pedir ajuda para velhos conhecidos.

Altamente popular entre os fãs, o personagem foi “reintroduzido” na franquia através da série “The Mandalorian”. Agora com o seu próprio show, em meio a belíssimas fotografias, a trama companha o caçador de recompensas, interpretado por Temuera Morrison, e a mercenária Fennec Shand (Ming-na Wen) enquanto eles tentam reconquistar o território antes controlado por Jabba em Tatooine.

Respondendo várias perguntas sobre sua trajetória, os primeiros episódios intercalam entre passado e presente. Com um clima de faroeste em vários momentos, o arco do personagem se torna arrastado e sem importância. Fica até difícil de escolher entre ver mais flashbacks ou continuar com a história atual.

Com o desenvolvimento de seu fraco roteiro, a própria produção percebe que não tem peso o suficiente para se sustentar sozinha. Dessa forma, a série doa dois episódios inteiros para o Mandaloriano interpretado por Pedro Pascal. Com um arco totalmente diferente, além das participações de personagens clássicos como Luke Skywalker, Ahsoka e Grogu, ocorre o ápice do programa.

As participações são excelentes e ajudam a alavancar a qualidade da série, principalmente quando nomes como Bryce Dallas Howard e Dave Filoni assumem a função de diretores. No entanto, isso faz com que Morrison seja deixado lado, sem aparecer por dois episódios. 

O caçador de recompensas retorna para o último episódio e, mesmo sem recuperar 100% o protagonismo, consegue proporcionar um fim coerente para sua jornada. Com uma versão mais humana de seu personagem, certamente seu desenvolvimento não agradará os fãs mais “tradicionais” de Star Wars. Com um ritmo super lento e uma fraca história, “O Livro de Boba Fett” é uma construção, onde seus pilares de sustentação são puros fan services.

Nota: 6/10